"Recebemos mais um."
"Mais um? Nem se passaram
dois dias e já apareceu outro?"
"Sim... O que faremos com
ele?"
"Ainda funciona?"
"Foi quase uma perda total,
sabe? Semelhante ao anterior... Bem, mais ou menos. Não estava em alta
velocidade como o último, mas ainda assim muito acima do limite permitido...
Muito acima!"
"Isso é bom, pelo menos. Não
devemos mesmo dirigir esses carros. Está claro que algo estranho assola a
cidade."
"Estranho, senhor?"
"Seja uma epidemia ou uma
espécie de assombração, não sei dizer! Deve ser algo do tipo, afinal, são
carros que aceleram descontroladamente e chegam a ser letais! Não podemos
ignorar as evidências, os padrões que observamos."
"Tem razão, senhor. Os
carros compartilham características... Quero dizer, ambos são modelos avaliados
em mais de um milhão de reais! Será que o valor do veículo pode ser a raiz
dessa maldição? Ou talvez um vírus?"
"Não viaje na maionese,
Anchieta! O preço não é o que eles têm em comum."
"Então... Será que o fato de
os motoristas serem, digamos, jovens da alta sociedade que saem de festas
embriagados e..."
"Anchieta! Como você pode
acusar as vítimas assim?"
"Vítimas, senhor? Você não
acha que as pessoas atingidas por eles..."
"Não, estou falando dos
rapazes que foram influenciados pela força maligna desses carros! Os veículos
são os verdadeiros culpados! Precisa entender isso."
"Ah, não tinha visto por
esse ângulo... Que coisa mais assustadora!"
"É por isso que sou o
comandante, porque entendo dessas coisas."
"Mas, então... Se esses
carros estão infectados com algum tipo de poder sobrenatural, meu Fiat Uno...
Será que ele também pode ser possuído?"
"Anchieta, não se preocupe,
seu carro e você estão a salvo dessa maldição. Tenho certeza disso!"
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